"Eu posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las" - Voltaire

sexta-feira, 13 de maio de 2011

E as mulheres, hein?

Texto baseado no vídeo “Todas elas juntas num só ser”

Por George Guilherme Soares

Você já se apaixonou por mim hoje?”. Essa frase deveria estar timbrada na certidão de nascimento das mulheres. Outro dia parei para observá-las e só pude concluir uma coisa: elas não são daqui. Nem de Vênus. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós. Pare para refletir sobre o sexto-sentido. Alguém duvida de que ele exista? E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você? E como explicar quando ela antecipa que alguém tem algo contra você e, principalmente, quando aquela sua namorada está em iminência de virar uma página virada na sua vida? 

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra Belo Horizonte. Não é o tempo nem de escutar Faroeste Caboclo e Stairway to heaven que você já está em Confins. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece? O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro! "Leve um sapato extra na mala, querido. Vai que você pisa numa poça..." Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

Já viram como ela conversa com amiga só pelos olhos? Como você consegue pedir a ela pra mudar de tom de fala e até assunto só com os olhos?  E o sarcasmo? Os homens não entendem nada sobre sarcasmo. É preciso, para ser sincero, concluir que a palavra "sarcasmo" significa absolutamente qualquer coisa para a gente. Para elas não.  "Sarcasmo": o último dos analfabetos sabe que vem do grego e latim. Muito chique, essas etimologias fajutas - realmente fajutas, quando elas, na verdade, conhecem a assustadora polissemia da origem latina 'sarcasmus' e as neutralidades factofórum do grego 'sarkasmos'.

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la. É covardia. Mais do que isso, querem ela de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral. Fala-se em "praga de mãe", "conselho de mãe",  "amor de mãe", "amizade de mãe", "coração de mãe”...

Vocês, mulheres, choram? Ou extravazam? Ou vazam? Homens também choram, mas é um choro incomum, frio e lânguido.  As lágrimas das mulheres têm um “não sei quê”  de naturalidade e descompromisso, “um não sei quê” de sutil, “um não sei quê” de paixão. Acho até que tem uma pitada do próprio Criador, porque só assim para nos enfeitiçar de um modo tão cabal que distração ao conversar com uma chega a ser pleonasmo.

É choro feminino. É choro de mulher...

Eu queria ter nascido mulher. Me transformar seria pouco. Creio que a mágica esteja nos cromossomos duplamente iguais que elas carregam. Só assim para eu poder gerar uma vida. Rir à toa se quiser. Chorar mais sem ter que me preocupar com retaliações. Seduzir alguém e ter o prazer incomparável de ser conquistado.

Creio que finalmente descobri o porquê - e a única certeza, diga-se- de vocês "estarem nas nuvens" no momento em que se apaixonam. O amor tem como última instância um conceito divino. D'Ele. Nada mais lógico do que vocês sentirem a presença do Arquiteto nessas situações. Esse é o único axioma diante de tanta turbulência cruelmente enlouquecedora.

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